Cidade com perda maior que Meriti não atrasou salários

Luciano teve menos recursos que Sandro em 2014
Itaguaí recebeu R$ 17 milhões a menos em 2014, mas honrou compromissos. Especialista diz que queda de receita não pode ser usada como desculpa, pois é menor que a dívida 
Todos os 13 municípios da Baixada Fluminense encerraram o ano de 2014 com menos repasses federais do que era esperado, mas somente um deles, São João de Meriti, fechou no vermelho. Dos 13, quatro receberam menos recursos federais do que o total repassado em 2013, mas o único a fazer feio é São João de Meriti, que perdeu menos que Itaguaí, cujo governo - apesar de mergulhado em denúncias de corrupção e desvio de dinheiro público - não ficou devendo um centavo sequer aos servidores e manteve as contas em dia. De acordo com registros do portal da transparência do governo federal, em 2014 São João de Meriti recebeu R$ 14.566.097,83 a menos que em 2013, enquanto Itaguaí perdeu o total de R$ 17.963.878.88, exatamente R$ 3.397.781,32 a mais que a cidade gerenciada pelo prefeito Sandro Matos (PDT). Além de Meriti e Itaguaí, Magé, Mesquita e Nilópolis também sofreram perdas de receita, sem, entretanto, deixarem de pagar os servidores.
De acordo com o professor Henrique Versolato, especialista em gestão pública, as perdas de Itaguaí causam efeito muito maior, uma vez que o volume de recursos federais repassados ao município governado pelo prefeito Luciano Mota (sem partido) - que está sendo investigado pela Polícia Federal, Ministério Público e Tribunal de Contas - é menor que o destinado a São João de Meriti, que em 2013 recebeu da união o total de R$ 203.112.614,77, caindo para R$ 188.546.517,04 em 2014, enquanto Itaguaí recebeu R$ 124.624.949,69 em 2013 e R$ 106.661.070,81 no ano passado. "Itaguaí perdeu mais em volume de receita e em percentual de arrecadação. O que faltou em Meriti foi planejamento, porque o volume da dívida é muito maior que o da queda de receita, é um problema, por assim dizer, de gestão", completou.
A situação dos servidores de São João de Meriti continua delicada, mas a dos aposentados e pensionistas ainda é pior, por conta de um gigantesco rombo financeiro na previdência municipal. Os inativos estão com dois meses de proventos atrasados e ainda não receberam o décimo terceiro. A promessa da Prefeitura é de que a partir desse mês serão feitos dois pagamentos para poder regularizar a situação.
O prefeito Sandro Matos alegava que desde que ele assumiu o governo os repasses vinham diminuindo, mas isso só se comprovou nos três últimos meses do ano passado. Em 2009, primeiro ano da gestão de Sandro, a Prefeitura de São João de Meriti recebeu R$ 123.099.636,28 do governo federal, R$ 164.384.435,31 em 2010, R$ 196.053.277,45 em 2011, R$ 195.363.845,88 em 2012 e R$ 203.112.614,77 em 2013. Nos primeiros oito meses de 2014 o total de repasses era de R$ 165.621.048,30 e a previsão era de que o ano seria fechado com R$ 210 milhões, o que não se confirmou, com os repasses ficando em R$ R$ 188.546.517,04. Essa queda, entretanto, não afetou os recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação para São João de Meriti, que vem aumentando a cada ano: foram R$ 4.880.550,64 em 2009, R$ 5.298.824,52 em 2010, R$ 6.388.875,91 em 2011, R$ 6.619.334,16 em 2012, R$ 7.899.119,94 em 2013 e R$ 8.001.263,35 no ano passado.
FONTE: http://www.elizeupires.com/index.php/1585-cidade-com-perda-maior-que-meriti-nao-atrasou-salarios-3

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