Ministra dá prazo para Congresso explicar Reforma da Previdência

Após STF entender que houve mensalão, PSOL questionou reforma. Cármen Lúcia, do STF, decidiu que plenário da corte deve analisar tema. 20/02/2013 15h57 - Atualizado em 20/02/2013 15h57
Por Mariana Oliveira
Do G1, em Brasília

A ministra do Supremo Tribunal Federal (STF) Cármen Lúcia deu prazo de 10 dias para que o Congresso Nacional explique as circunstâncias da aprovação da Reforma da Previdência. A decisão foi tomada no fim do ano passado e publicada no Diário de Justiça nesta quarta-feira (20).

Depois que o STF concluiu, durante análise do processo do mensalão no ano passado, que houve um esquema de compra de votos no Congresso nos primeiros anos do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o PSOL entrou com uma ação pedindo a inconstitucionalidade da reforma sob o argumento de que a proposta foi aprovada em meio a um esquema criminoso.

Em seu despacho, Cármen Lúcia requisitou "com urgência e prioridade" as informações do Congresso. Ela também pediu que a Advocacia Geral da União e a Procuradoria Geral da República se manifestem no processo. Ela decidiu ainda que a questão deve ser analisada diretamente pelo plenário do Supremo. Não há prazo para a corte decidir sobre o tema.

Na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), o PSOL questionou a aprovação da Emenda Constitucional 41/2003, que mudou o artigo 40 da Constituição Federal. A emenda estabeleceu que uma lei complementar criaria um regime de previdência para servidores públicos. Essa lei foi sancionada em 2012 e criou o Funpresp para servidores do Legislativo, Executivo e Judiciário.

O PSOL afirma na ação que, sem os votos corrompidos, a PEC não seria aprovada. "Sem que houvesse a orientação pela aprovação, feita pelos líderes do PP, do PTB e do bloco PL/PSL, todos eles condenados por venda de votos nas deliberações da Câmara dos Deputados no esquema criminoso denominado mensalão, a PEC 40/2003 não teria sido aprovada, e não teria se transformado na Emenda Constitucional 41, de 2003", afirma o partido.

Alem da ação proposta pelo PSOL, há pedido similar feito pela Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) e pela Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) questionando a mesma emenda. A relatoria, no entanto, é do ministro Marco Aurélio Mello.  

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